Muito do que se faz em época de exames acaba por ajudar pouco e pode até prejudicar muito. Para evitar mais erros e garantir uma melhor prestação, relembramos aqui os conselhos que nos foram sendo transmitidos pelo agora ex-responsável do Gabinete de Avaliação Educacional; Carlos Pinto Ferreira, pela psicóloga clínica Lara Alves e pelo coordenador do gabinete de apoio ao aluno de um instituto do ensino superior, Ricardo Carvalho.
Adeus a alguns hábitos dominantes:
– Para estudar é preciso calma e concentração. Por isso, os estudantes devem excluir outras actividades enquanto estudam, como por exemplo ver televisão, trocar SMS ou mensagens via MSN.
– As directas são inimigas do cérebro
– O consumo de estimulantes, café incluído, só parece que ajuda, mas na prática acaba por prejudicar mais. Nomeadamente impede que os períodos de repouso se cumpram sem sobressaltos.
– Estudar durante muito tempo e até muito tarde não ajuda a capacidade de reflexão e de memorização
– Estudar na véspera do exame pode baralhar mais do que ajudar. A falta de tempo é geradora de mais ansiedade e insegurança. Com este sprint final também ficarão mais cansados, podendo assim prejudicar a prestação no exame.
– Deve-se parar de estudar cerca de uma hora antes de ir para a cama. Ouvir música, tomar um banho, ver um pouco de televisão são actividades que podem ajudar a “cortar”. O cérebro não é como um interruptor, que pode simplesmente desligar-se
Antes dos exames (preparação):
– Os estudantes devem fazer os seus próprios apontamentos. Não basta ficar a olhar para os livros e esperar que, por milagre, a matéria se transfira automaticamente para o cérebro. Resumir, sublinhar e escrever por palavras próprias ajuda à concentração, à sistematização e à memorização
– Fazer esquemas da matéria, com palavras-chave, pequenas frases e ligações entre conceitos ajuda a sistematizar e a organizar conhecimentos, o que é fundamental para uma boa prestação.
– Aproveitar o estudo para exames para treinar a expressão escrita
– Para testar conhecimentos adquiridos, recorrer a enunciados de exames de anos anteriores.
– A sessão do dia deve começar por uma revisão da matéria estudada na véspera
Nos exames:
– Reconfirmar sempre a data, a hora e o local do exame. Deixar todo o material preparado na noite anterior para evitar momentos de pânico e atrasos.
– Fazer exercícios respiratórios antes e durante a prova ajuda a acalmar. Basta fechar os olhos e respirar calma e profundamente 10 vezes
– Evitar conversas que sejam fonte de perturbação.
– Evitar perguntas sobre a matéria nos momentos antes de entrar para o exame, porque só provocará mais ansiedade e confusão.
– Não comer demasiado antes do início da prova, nem fazer esta de estômago vazio
– Se a mesa onde se está a fazer o exame abanar, pedir para trocar ou então colocar um calço debaixo da perna da mesa antes de começar a prova.
– Ler, com atenção, todo o enunciado até se perceber com certeza o que é pedido. São muitos os alunos que não lêem as questões até ao fim ou que as treslêem, respondendo a perguntas que não foram postas ou perdendo tempo com demonstrações que ninguém pediu
– Fazer primeiro as perguntas em que se está mais bem preparado.
– Não desistir de imediato só porque as perguntas não soam familiares. Tentar antes identificar o que de facto é pedido porque na maioria dos casos as questões dos exames dizem respeito a matéria que foi ensinada.
– Fixar duas ou três palavras-chave para cada resposta, já que este exercício pode ajudar a “activar” os conhecimentos adquiridos e a não esquecer partes que sejam essenciais.
– Evitar que a mão escorregue para a escrita tipo SMS. É frequente, mas conta como erro ortográfico.
– As respostas devem ser escritas com clareza e com princípio, meio e fim, evitando também as frases muito longas. Várias vezes o motivo de uma classificação mais fraca prende-se com problemas na expressão escrita.
– Quando há pouco tempo, mais vale entregar o exame tal como está em vez de rever a prova. Muitas vezes, à última hora, são alteradas respostas a que antes, com mais calma e menos cansados, os alunos tinham respondido de forma correcta.
Público 07/06/10
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