Os Açores acolhem este ano dois eventos internacionais sobre vulcanologia e sismicidade, que vai reunir cientistas internacionais, num arquipélago considerado pelos estudiosos «um laboratório vivo» naquelas duas áreas.
Zilda França, do departamento de Geociências da Universidade dos Açores, adiantou à agência Lusa que o primeiro evento, no âmbito da geoquímica, ocorre entre 11 a 15 de Maio, nas ilhas do Pico e Faial.
A Penrose Conference, realizada anualmente em vários países, traz até ao arquipélago açoriano cientistas da Alemanha, Portugal, América, Malásia, Itália, França, Espanha e Suíça, considerados «o topo da geoquímica mundial».
Segundo Zilda França, é «um evento muito importante», que se vai debruçar sobre a existência de plumas mantélicas (um material que existe no interior da terra em profundidade), responsáveis pelo vulcanismo de determinadas regiões.
«Pensa-se que todo o vulcanismo do arquipélago resulta da existência de uma pluma», salientou Zilda França, uma das cinco organizadores do evento, com o aval da Geological Society of América.
Em Setembro, a ilha do Pico volta a receber um evento internacional «de renome», que vai abordar «a interacção entre a actividade vulcânica e tectónica e implicações para as previsões», numa organização da IASPEI.
Essa associação internacional debruça-se sobre aspectos físicos da terra e este ano reúne peritos da Comissão Sismológica Internacional, no Pico.
Entre 14 a 20 de Setembro, os cientistas internacionais vão abordar a experiência dos Açores, «um laboratório vivo» no campo da vulcanolocia e sismicidade, e estudar os casos do Hawai e América do Sul.
Evidenciando a «alta» sismicidade e o vulcanismo «activo» do arquipélago açoriano, Zilda França disse à Lusa que os Açores têm uma «situação privilegiada», por estarem situados numa zona de confluência de três placas tectónicas (a americana, a euro-asiática e a africana ou núbia).
14 de Abril de 2009 In Diário Digital / Lusa
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